segunda-feira, 29 de junho de 2020

Filosofia: Para quem? - Filosofia em Tempos de Pandemia no Instagram

               FILOSOFIA: PARA QUEM? |

Erroneamente, o imaginário coletivo e popular resguarda a filosofia a um grupo quase exclusivo de personas denominadas de intelectuais, os quais seriam dotados de uma razão desproporcional e inusitada que os capacitam para análise crítica e, portanto, para filosofar. Entretanto, desde a antiguidade clássica, pensa-se de maneira a localizar a humanidade em uma capacidade universal do exercício da razão e, semelhantemente, no processo da atitude filosófica.
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Uma discussão bastante interessante nesse sentido é tecida pelo historiador cultural Robert Darnton ao versar sobre a então nascente metodologia da “História das Mentalidades”. Assim, o referido pensador escreve: 
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“[...] um filósofo pode levar a linguagem aos seus limites, mas, a certa altura, vai deparar-se com a estrutura externa da significação. Para além dela, jaz a loucura – o destino de Hölderlin e de Nietzsche. Mas, dentro dela, os grandes homens podem testar e deslocar as fronteiras da significação. Assim, deveria haver espaço para Diderot e Rousseau, num livro sobre mentalidades do século XVIII. Incluindo-os ao lado dos contadores de histórias camponeses e dos plebeus matadores de gatos, abandonei a diferenciação habitual entre cultural de elite e cultura popular, e tentei mostrar como os intelectuais e as pessoas comuns lidavam com o mesmo tipo de problema.”
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Não se pretende, por esse trecho, igualar as contribuições dos pensadores da tradição da filosofia ao agir prático dos populares. Vale lembrar o caráter de sistematização da metodologia filosófica. Objetiva-se, contudo, lembrar que, ao lidar com as mesmas problematizações do mundo, temos iguais potencialidades de fazer filosofia. O amor à sabedoria, como define Pitágoras, não responde a limitações quanto ao seu corpus constituinte. 
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Podemos e devemos todos filosofar!

“Na juventude não devemos hesitar em filosofar. Na velhice, não devemos deixar de filosofar. [...] Quem diz ainda não; ou, já não é mais tempo de filosofar, parece que diz não é ainda, ou, não é mais, tempo de ser feliz”.
Epicuro

Referências bibliográficas:

DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa. São Paulo: Paz e Terra, 2015.


Texto de Nicolas Gustavo - Coordenador em Gestão Colegiada no Projeto Filosofia em Tempos de Pandemia.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

“Educação como Emancipação: pensando com Angela Davis” no Filosofas na Rede


Euza Raquel (@filosofas.na.rede) convida Laíssa Ferreira  para uma conversa sobre “Educação como Emancipação: pensando com Ângela Davis”.

📚 Laíssa Cristine de Oliveira Ferreira é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Unicamp pesquisando as intelectuais negras e o conceito de interseccionalidade. Tendo pesquisado em seu mestrado sobre os conflitos na cidade: liberdade e corrupção. .

 📌Nesse dialogo, Laíssa apresentou questões educacionais presente no pensamento dessa "filosofa que queremos ser" Ângela Davis e sobre Interseccionalidade em “Mulheres, raça e classe". 

Confira o Projeto Filosofas na Rede no Instagram. Aqui no blog, nas postagens anteriores você encontra uma apresentação do projeto.