terça-feira, 31 de março de 2020



Nesse dia 31 de Março de 2020, precisamos lembrar para que não se repita, por isso compartilhamos aqui a reflexiva elaboração do nosso estudante egresso Nicolas Gustavo - formado no Curso Técnico em Mecânica. 

Na madrugada de 31 de março para 1° de abril de 1964, a democracia brasileira, a institucionalidade constitucional e a legitimidade do governo de João Goulart sofreram as últimas consequências de um golpe de Estado por ação civil-militar, as quais encaminhariam o Brasil para 21 anos de Ditadura. 

Relembrar a data como processo histórico não integra (ou pelo menos não deveria integrar) um ritual de exaltação do referido ato, mas, antes de tudo, convida-nos a refletir sobre as memórias e as continuidades das práticas do Regime Civil-Militar, mesmo posterior à abertura. Vale, portanto, lembrar que, em oposição àquilo que parte da produção historiográfica sobre a transição apregoou (defendendo que o único caminho pós regime autoritário, seria a consolidação democrática), há possibilidades de governos com diferentes abordagens da qualidade da democracia e com uma pluralidade nos mecanismos institucionais, mesclando autoritarismo e primário da Lei. O Jurista Pedro Serrano, nesse contexto, denuncia a atividade de um Estado de Exceção concomitante ao Estado de Direito no Brasil, já que há diferentes maneiras de tratamento de grupos populacionais, elegendo estes enquanto inimigo da Segurança Nacional, portanto, visto como um não-humano.

Diante disso, pode-se indagar: estaria o autoritarismo ausente de nossas vidas cotidianas? Há manifestações visíveis e constantes do fascismo à brasileira em nossos dias? Pensemos para que venhamos sempre lembrar: Ditadura Nunca Mais. 

#filosofiaemtemposdepandemia #estamosjuntosadistancia

Desafio do dia

Um filosofo/tema, uma linguagem/área e a escolha de uma ação/realidade. 
                             
 Filósofo do dia 



Tales de Mileto - Filosofia pré-Socrática - Tema: a importância da água.

Em tempos de pandemia, percebemos o quanto o acesso a água é um verdadeiro problema para muitas comunidades. É preciso compreender a questão ambiental que envolve a racionalização da água em alguns lugares do país.  Compreender o significado do arché para Tales de Mileto e sua importância pode ajudar nossos estudantes em suas reflexões filosóficas.




           Linguagem do dia 

Em tempos de isolamento social, alguns podem optar pode se dedicarem a conhecer novos temas e autores, por isso, nossa dica de hoje é dedique-se a Literatura. Delicie-se com um prazer de um bom livro e a leitura dos clássicos podem ser  fundamentais para ampliar nossos horizontes. Uma sugestão é conhecer Jane Eyre. Além do livro, existem vídeo e artigos. 



Realidade /Propostas de Ação 

Hoje completa-se 50 Anos do Golpe Militar e precisamos refletir sobre o significado dessa vivência, por isso mais do que apenas dizer Ditadura Nunca Mais, desafia-se a promover uma pesquisa com bases em estudos históricos acerca desse período da história brasileira e sobre a importância dos direitos humanos. Pesquisar sobre os direitos humanos nos leva a pensar sobre nossa relação com o outro - Alteridade e Outridade, por isso nos leva também a pensar sobre nós mesmo. Daí, a segunda possibilidade de ação nesse desafio, o velho e querido "conhece-te a ti mesmo", por isso o cuidado de si foia nossa outra proposta: mostre a diversidade de sua beleza, cuide-se em tempos de pandemia. 🥰

 #filosofiaemtemposdepandemia              #estamosjuntosadistancia

sexta-feira, 27 de março de 2020

Novos Blogs sobre Filosofia Antiga



Que tal acabar com um pouco da saudade conhecendo as novas produções do 1 ano de Mecânica e do 1 ano de Informática que estão em construção? Que tal dar aquela espiadinha? 

Aspásia de Mileto
https://aspasiamileto.blogspot.com/2020/03/aspasia-de-mileto-hetera-aspasio-foi.html

Anaximandro de Mileto
https://anaximandrodemiletoif.blogspot.com

Heráclito de Éfeso
https://heraclitinho.blogspot.com/

 Aristóteles
https://meublogdearistoteles.blogspot.com/?m=1

https://silvaeduardasilva.blogspot.com/2020/03/filosofia.html

 Zenão de Eleia
https://infoleia.blogspot.com/2020/03/b-iografia-zenao-de-eleia-nasceu-na.html

 Demócrito de Abdeba
https://pedroemanoeljales.blogspot.com/2020/03/um-pouco-sobre-democrito-de-abdeba.html

Zenão de Cítio
https://eduardacastroc4.blogspot.com/2020/03/zenao-de-citio-333-a.html?m=1

Pitagóras 
https://pitagorizandoo.blogspot.com/

Aristipo de Cirene 
curiosidadesdefilosofia.blogspot.com/search/label/Aristipo%20de%20Cirene

Protagoras de Abdera

https://hramalho5.wixsite.com/protagorasdeabdera/post/what-we-can-learn-from-plants

Platão
https://platao-vida-e-obra.webnode.com/



Provocações Éticas de Leandro Karnal

Como sabem os estudos de Filosofia, Ciência e Tecnologia desse semestre tem como metodologias de ensino-aprendizagem a metodologia baseada em projetos e a metodologia baseadas em problemas. O Conteúdo Ética e Filosofia das Ciência e sua associação ao Principais Problemas da Civilização Tecnológica ficam evidentes nos tempos de Pandemia. A aparente antítese entre salvar a economia e ouvir as indicações de isolamento social põe em evidência uma série de valores que adotamos em nossa sociedade. A ideia aqui não é resolver esse conflito, mas pô-lo como problema filosófico e ser pesquisado, já que defendemos a pesquisa como principio pedagógico. Vamos ao problema: 
Assista ao vídeo do professor Leandro Karnal associando os Constituintes do Campo Ético de Marilena Chauí,  a bussola e a balança de Maria Lucia Aranha com as seguintes reflexões presentes no Princípio Responsabilidade de Hans Jonas! Depois nos conta ou envia um texto com base nessas reflexões, quem sabe ele não será postado aqui? 







O QUE É CIENTÍFICO?

 RUBEM ALVES

Colega aposentado com todas as credenciais e titulações. Fazia tempo que a gente não se via. Entrou no meu escritório sem bater e sem se anunciar. E nem disse bom-dia. Foi direto ao assunto. "- Rubão, estou escrevendo um livro em que conto o que aprendi através da minha vida. Mas eles dizem que o que escrevo não serve. Não é científico. Rubão: o que é científico?" Havia um ar de indignação e perplexidade na sua pergunta. Uma sabedoria de vida tinha de ser calada: não era científica. As inquisições de hoje, não é mais a igreja que faz.
Não sou filósofo. Eles sabem disso e nem me convidam para seus simpósios eruditos. Se me convidassem eu não iria. Faltam-me as características essenciais. Nietzsche, bufão, fazendo caçoada, cita Stendhal sobre as características do filósofo: " Para se ser um bom filósofo é preciso ser seco, claro e sem ilusões. Um banqueiro que fez fortuna tem parte do caráter necessário para se fazer descobertas em filosofia, isto é, para ver com clareza dentro daquilo que é."
Não sou filósofo porque não penso a partir de conceitos. Penso a partir de imagens. Meu pensamento se nutre do sensual. Preciso ver. Imagens são brinquedos dos sentidos. Com imagens eu construo estórias. E foi assim que, no preciso momento em que meu colega formulou sua pergunta perplexa, chamadas por aquela pergunta augusta, apareceram na minha cabeça imagens que me contaram uma estória:

"Era uma vez uma aldeia às margens de um rio, rio imenso cujo lado de lá não se via, as águas passavam sem parar, ora mansas, ora furiosas, rio que fascinava e dava medo, muitos haviam morrido em suas águas misteriosas, e por medo e fascínio os aldeões haviam construído altares às suas margens, neles o fogo estava sempre aceso, e ao redor deles se ouviam as canções e os poemas que artistas haviam composto sob o encantamento do rio sem fim.
O rio era morada de muitos seres misteriosos. Alguns repentinamente saltavam de suas águas, para logo depois mergulhar e desaparecer. Outros, deles só se viam os dorsos que se mostravam na superfície das águas. E havia as sombras que podiam ser vistas deslizando das profundezas, sem nunca subir à superfície. Contava-se, nas conversas à roda do fogo, que havia monstros, dragões, sereias, e iaras naquelas águas, sendo que alguns suspeitavam mesmo que o rio fosse morada de deuses. E todos se perguntavam sobre os outros seres, nunca vistos, de número indefinido, de formas impensadas, de movimentos desconhecidos, que morariam nas profundezas escuras do rio.
Mas tudo eram suposições. Os moradores da aldeiam viam de longe e suspeitavam - mas nunca haviam conseguido capturar uma única criatura das que habitavam o rio: todas as suas magias, encantações, filosofias e religiões haviam sido inúteis: haviam produzido muitos livros mas não haviam conseguido capturar nenhuma das criaturas do rio.
Assim foi por gerações sem conta. Até que um dos aldeões pensou um objeto jamais pensado. (O pensamento é uma coisa existindo na imaginação antes dela se tornar real. A mente é útero. A imaginação a fecunda. Forma-se um feto: pensamento. Aí ele nasce...). Ele imaginou um objeto para pegar as criaturas do rio. Pensou e fez. Objeto estranho: uma porção de buracos amarrados por barbantes. Os buracos eram para deixar passar o que não se desejava pegar: a água. Os barbantes eram necessários para se pegar o que se deseja pegar: os peixes. Ele teceu uma rede.
Todos se riram dele quando ele caminhou na direção do rio com a rede que tecera. Riram-se dos buracos dela. Ele nem ligou. Armou a rede como pode e foi dormir. No dia seguinte, ao puxar a rede, viu que nela se encontrava, presa, enroscada, uma criatura do rio: um peixe dourado.
Foi aquele alvoroço. Uns ficaram com raiva. Tinham estado tentando pegar as criaturas do rio com fórmulas sagradas, sem sucesso. Disseram que a rede era objeto de feitiçaria. Quando o homem lhes mostrou o peixe dourado que sua rede apanhara eles fecharam os olhos e o ameaçaram com a fogueira. Outros ficaram alegres e trataram de aprender a arte de fazer redes. Os tipos mais variados de redes foram inventados. Redondas, compridas, de malhas grandes, de malhas pequenas, umas para serem lançadas, outras para ficarem à espera, outras para serem arrastadas. Cada rede pegava um tipo diferente de peixe.
Os pescadores-fabricantes de redes ficaram muito importantes. Porque os peixes que eles pescavam tinham poderes maravilhosos para diminuir o sofrimento e aumentar o prazer. Havia peixes que se prestavam para ser comidos, para curar doenças, para tirar a dor, para fazer voar, para fertilizar os campos e até mesmo para matar. Sua arte de pescar lhes deu grande poder e prestígio e eles passaram a ser muito respeitados e invejados.
Os pescadores-fabricantes de redes se organizaram numa confraria. Para se pertencer à confraria era necessário que o postulante soubesse tecer redes e que apresentasse, como prova de sua competência, um peixe pescado com as redes que ele mesmo tecera.
Mas uma coisa estranha aconteceu. De tanto tecer redes, pescar peixes e falar sobre redes e peixes, os membros da confraria acabaram por esquecer a linguagem que os habitantes da aldeia haviam falado sempre e ainda falavam. Puseram, no seu lugar, uma linguagem apropriada às suas redes e os seus peixes, e que tinha de ser falada por todos os seus membros, sob pena de expulsão.
A nova linguagem recebeu o nome de ictiolalês ( do grego "ichthys" = peixe + "lalia"= fala ). Mas, como bem disse Wittgenstein, alguns séculos depois "os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo". O meu mundo é aquilo sobre o que posso falar. A linguagem estabelece uma ontologia. Os membros da confraria, por força dos seus hábitos de linguagem, passaram a pensar que somente era real aquilo sobre que eles sabiam falar, isto é, aquilo que era pescado com redes e falado em ictiolalês. Qualquer coisa que não fosse peixe, que não fosse apanhado com suas redes, que não pudesse ser falado em ictiolalês, eles recusavam e diziam: "Não é real".
Quando as pessoas lhes falavam de nuvens eles diziam: " Com que rede esse peixe foi pescado?" A pessoa respondia: "Não foi pescado, não é peixe." Eles punham logo fim à conversa: "Não é real". O mesmo acontecia se as pessoas lhes falavam de cores, cheiros, sentimentos, música, poesia, amor, felicidade. Essas coisas, não há redes de barbante que as peguem. A fala era rejeitada com o julgamento final: "Se não foi pescado no rio com rede aprovada não é real".
As redes usadas pelos membros da confraria eram boas? Muito boas.
Os peixes pescados pelos membros da confraria eram bons? Muito bons.
As redes usadas pelos membros da confraria se prestavam para pescar tudo o que existia no mundo? Não. Há muita coisa no mundo, muita coisa mesmo, que as redes dos membros da confraria não conseguem pegar. São criaturas mais leves, que exigem redes de outro tipo, mais sutis, mais delicadas. E, no entanto, são absolutamente reais. Só que não nadam no rio.
Meu colega aposentado com todas as credenciais e titulações: mostrou para os colegas um sabiá que ele mesmo criara. Fez o sabiá cantar para eles e eles disseram: "Não foi pego com as redes regulamentares; não é real; não sabemos o que é um sabiá; não sabemos o que é o canto de um sabiá..."
Sua pergunta está respondida, meu amigo: o que é científico?
Resposta: é aquilo que caiu nas redes reconhecidas pela confraria dos cientistas.

Cientistas são aqueles que pescam no grande rio... Mas há também os céus e as matas que se enchem de cantos de sabiás... Lá as redes dos cientistas ficam sempre vazias.

FONTES:

ALVES, Rubem. Entre a Ciência e Sapiência.                          

quinta-feira, 26 de março de 2020

Filosofia e Filmes

Olá, Você já conhece o Cinephylos? O Cicuta - Clube de Filosofia tem o espaço dedicado a quem ama filmes, literatura, história e filosofia. Uma versão diferenciada do Projeto Cinedebate voltada apenas para um seleto grupo que ama e quer discutir esporadicamente sobre a sétima arte. Em tempos de Pandemia, nós do Cinephylos divulgamos aqui uma pequena lista para você assistir nessa quarentena. 

Introdução à História da Filosofia em Filmes 


Guerra de Troia - 1961

Troia

 Helena de Troia

Helena de Troia II

Medea (Pasolini)

Odisseia

As Bacantes

Édipo Rei ( de Bini)

Antigona

 Medea - Lars Von Trier

Sócrates (Rosselini)

 Alexandre - O grande

Alexandre - O Grande - 1956 

Paulo de Tarso

 Gladiador

Nero

Santo Agostinho

Santo Agostinho II

Heloísa e Abelardo

Pompeia

Francisco de Assis

 Duns Scotto

O Nome da Rosa

O Poço e o Pêndulo

São João da Cruz

Santo Tómas

Santo Tómas - Beckt

Decameron - Pasolini

Lutero

Lutero II

Lutero - 1953

Caça de Bruxas

O Grande Inquisidor - Dostoievski

 Os Borgias

A conquista do Paraíso

Aguirre

Galileu

As aventuras do Barão de Muschhausen

Descartes

As aventuras de Móliere

O absolutismo

Espinosa

Pascal

Os contos proibidos do Marques de Sade

 Justine e Juliette - Sade

Marques de Sade

Maria Antonieta

 Fausto

Nietazshe - Para Além do Bem e do Mal

Dias de Nietzsche em Turim

Heidegger

Rosa Luxemburgo

1984

O Ovo da Serpente

Arquitetura da Destruição 

Sartre e Beauvoir

Foucalt

Foucalt II

Foucalt e Chomsky

 Derrida

Derrida II

Deleuze

Deleuze II

Guattari

Hilary Putnam

Daniel Dennett

John Searle
 Ernesto Laclau I
Ernesto Laclau

Ranciere

Importante: a presente não foi elaborada por nós, mas está disponível em http://daniel-omar-perez.blogspot.com.br/2017/01/introducao-historia-da-filosofia-em.html?spref=fb

sexta-feira, 20 de março de 2020

Filosofia em Tempos de Pandemia


Pensando novas tendencias filosófico-pedagógicas para o ensino de filosofia nas modalidades do Ensino básico técnico tecnológico  EBTT de Filosofia alicerçados no Projeto Político Pedagógico do IFRN, o projeto a ser desenvolvido durante o combate a pandemia gerada pelo Covid-19 tem como pressuposto atuar por meio de trabalho remoto a partir da compreensões da Pesquisa como principio pedagógico e do Trabalho como principio educativo por meio da articulação entre trabalho, ciência, cultura e tecnologia.

O projeto é organizado por professores de filosofia do IFRN e estudantes egressos do cursos técnicos integrado do IFRN-Campus Mossoró e tem como publico alvo a comunidade acadêmica do IFRN e demais interessado pelo processo de ensino-aprendizagem em Filosofia. 

A partir do referencial teórico presente nos projetos de pesquisa sobre gameficação,ludicidade e metodologias ativo-reflexivas no ensino de filosofia desenvolvidos nos últimos anos no Campus Mossoró, em especial, os estudos de Antônio Joaquim Severino sobre a importância da pesquisa no ensino de filosofia e de Saviani sobre o trabalho como principio educativo foram pensados estruturas epistêmico-filosóficas que pudessem ajudar nossa comunidade acadêmica a vivenciar esses momentos de isolamento social durante o combate ao COVID-19. As reflexões de Judith Butler, Achile Mbembe, Byung-Chu Han, Noam Chomsky, David Harvey, Zizek e outros pensadores contemporâneos serviram de horizonte teórico para compreender filosoficamente esse tempo de pandemia enquanto autores como Adriana Mattar Maamari (Novas tendencias para o Ensino de Filosofia), Roberto Bolzani Filho e Maria Lucia Aranha fundamentaram as propostas envolvendo as praticas de ensino voltadas para pesquisa e disseminação de ideias filosóficas. 

O projeto se desenvolverá por meio da articulações envolvendo disseminar em coletar e divulgar textos filosóficos e pensadores que reflitam sobre o mundo durante a pandemia do coronavírus-covid-19, por meio das redes sociais e demais mecanismo de interação social remota, bem como estimular os estudantes a pesquisarem sobre tais reflexões a partir de:  trechos/textos filosóficos, referências filosóficas em fontes não filosóficas e a reflexão filosófica explorando situações vivenciais concretas. 

#filosofiametemposdepandemia #estamosjuntosadistancia