Questões de Filosofia 1
Tema: História da Filosofia/ Filosofia em Geral
1. Vernant conclui em As Origens do Pensamento Grego
que:
a) a
jovem ciência dos jônios espelha a razão intemporal que veio encarnar-se no
Tempo.
b)
recolocada na história, prova-se que a filosofia reveste-se de um caráter de
revelação absoluta.
c) é
no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu,
constituiu-se e formou-se.
d) a
escola de Mileto fez nascer a própria Razão, que foi aprimorada pela razão
experimental.
2. Na
geração do cosmo, a preponderância à terra, ao fogo, à água e ao ar costuma ser
atribuída, respectivamente, aos seguintes pensadores pré-socráticos:
a)
Parmênides, Heráclito, Tales e Pitágoras.
b)
Xenófanes, Heráclito, Tales e Anaxímenes.
c)
Pitágoras, Anaxágoras, Tales e Anaximandro.
d)
Empédocles, Anaximandro, Tales e Parmênides.
3. "Para
defender-nos, teremos de necessariamente discutir a tese de nosso pai
Parmênides e demonstrar, pela força de nossos argumentos que, em certo sentido,
o não ser é; e que, por sua vez, o ser, de certa forma, não é. (...) Enquanto
não houvermos feito esta contestação, nem essa demonstração, não poderemos, de
forma alguma, falar nem de discursos falsos nem de opiniões falsas"
(Platão, Sofista, 241d-e).
I. O
falso é possível porque
II.
O não ser, em certo sentido, é.
As
afirmações I e II dizem respeito ao trecho citado do Sofista de Platão. A
alternativa correta é:
a) I
é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I.
b) I
é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I.
c) I
é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I.
d) I
é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II.
4. Na
República, livro VII, apresenta-se a
"alegoria da caverna", em que se diz que, quando o homem sai da
caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem.
De
acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento:
a)
está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim
que se encontra a verdade.
b)
não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria
é apenas ilusória.
c)
está vinculado a uma maneira de viver, e a educação oferece os meios para a
alma voltar-se para o Bem.
d)
não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria
mostra que o homem pode ser feliz.
5. "Tem
presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos
prejudiciais aos governantes e aos mais poderosos, quando os governantes,
involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles - uma vez que
declaras ser justo que os súditos executem o que prescreveram os
governantes." (Platão, República, 339e)
Em
meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a
posição de Trasímaco.
As
afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são:
a)
Justiça é fazer o mal para os mais fracos; os que obedecem devem, às vezes,
recusar-se a obedecer aos mais fortes.
b)
Justiça é fingir que se faz o bem geral, visando ao proveito próprio; deve-se
fazer os fracos pensarem que as decisões dos fortes os favorecem.
c) É
justo obedecer àqueles que governam; os governantes são passíveis de cair em
erro em suas decisões.
d)
Justiça é aquilo que convém ao mais forte; os governantes nunca se enganam ao
intentar tomar decisões que lhes favorecem.
6. Em
O Banquete (203b-204d; 210a-212d), de
Platão, Sócrates apresenta os ensinamentos de Diotima sobre o amor e a beleza.
Sobre
o modo como esses conceitos são compreendidos nesse trecho, pode-se afirmar
que:
a) o
amor aos belos corpos deve abrir o caminho à contemplação da beleza em si.
b)
só os sábios desejam o que é belo, pois os ignorantes não reconhecem a beleza.
c) o
amor pelos belos corpos é suficiente para a contemplação da beleza em si.
d)
Eros, por ser belo, deve ser objeto de contemplação apenas dos filósofos.
7. Segundo
Aristóteles (Metafísica, IV, 1, 1003a20-30), a ciência do ser enquanto ser e as
demais ciências consideram, respectivamente:
a) o
ser enquanto ser universalmente - os princípios constitutivos da realidade como
um todo.
b)
as características particulares do ser enquanto ser - as características
universais do ser.
c) o
ser enquanto ser universalmente - as características de uma parte do ser.
d)
as características particulares do ser enquanto ser - as características de uma
parte do ser.
8. Segundo
Aristóteles, "nos tornamos justos praticando atos justos" (Ética a
Nicômaco, II, 1103b).
A afirmação
que melhor expressa seu pensamento está indicada em:
a)
basta a compreensão do sumo bem para tornar possível a vida moral.
b)
adquirimos as virtudes ou excelências morais por meio da prática habitual.
c)
somos naturalmente injustos e só realizamos a justiça pela instrução.
d) é
preciso agir contrariamente à natureza para nos tornarmos justos.
9. Aristóteles
afirma que a linguagem permite ao homem expressar em comum as noções de
desvantajoso e vantajoso, justo ou injusto.
Essa
afirmação leva o autor a concluir que o homem:
a)
possui naturalmente tais noções éticas e, portanto, pode associar-se em torno
delas na família e no Estado (pólis).
b)
não possui naturalmente tais noções éticas, mas pode chegar a um acordo sobre o
modo de vivê-las na família e no Estado (pólis).
c)
possui naturalmente tais noções éticas, mas não pode associar-se em nenhuma
instância, seja na família ou no Estado (pólis).
d)
não possui naturalmente tais noções éticas, mas a transferência de poder a um
governante é o que possibilita a vida no Estado (pólis).
10. "Começando
a lê-los [os livros da Sagrada Escritura] notei que tudo que havia de
verdadeiro nos textos platônicos também se encontrava nesses textos em meio à
proclamação de Vossa graça" (Agostinho, Confissões, VII, 21).
A
afirmação acima endossa uma tese muito comum à investigação filosófica e
teológica da Idade Média cristã, a saber:
a)
Platão teve acesso aos escritos de Moisés e não fez nada além de ocultar a
originalidade do profeta hebreu.
b)
As verdades cristãs não são compatíveis com nenhuma espécie de conhecimento
filosófico ou racional.
c) A
Revelação é historicamente anterior à Filosofia, e esta última não pode
contribuir em nada para esclarecer os conteúdos da fé.
d) A
Revelação é mais ampla que a Filosofia por abarcar verdades que esta última não
alcançaria por si só e ainda por conter verdades filosóficas.
11.
Observe as afirmações e responda:
I.
Deus é o Criador do mundo.
II.
A existência do mal no mundo não é responsabilidade de Deus.
Agostinho
concilia essas duas teses da seguinte forma:
a) O
mundo, por ser substância divina, é bom em si mesmo; apenas os homens
experimentam as coisas como más de modo absoluto.
b)
Deus cria o mundo através de dois princípios coeternos equivalentes em luta
permanente, a saber: o Bem e o Mal, este último princípio explica a segunda
tese.
c)
Tudo que Deus cria é bom, inclusive a vontade do homem, que escolhe,
livremente, trocar o Bem imutável pelos bens mutáveis, isto é, pecar.
d)
Ontologicamente, apenas Deus é bom; a simples existência das coisas criadas,
portanto, já permite justificar a possibilidade de algum mal no mundo.
12. "Existe
algo verdadeiríssimo, ótimo, nobilíssimo e, por conseguinte, o ser máximo, pois
todas as coisas que são verdadeiras ao máximo são os maiores seres (...). O que
é máximo em algum gênero é causa de tudo o que é daquele gênero." (Tomás
de Aquino, Suma teológica, I, q. 2, a. 1)
"A
perfeição do universo requer que haja coisas incorruptíveis assim como coisas
corruptíveis, portanto, que haja coisas que possam deixar de ser boas, o que de
fato por vezes ocorre." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 48, a. 2)
Essas
citações são passos argumentativos que levam Tomás de Aquino a concluir,
respectivamente, que:
a)
Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e
qualquer perfeição; e o mal está presente nas coisas.
b)
Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e
qualquer perfeição; e, portanto, o mal não pode estar presente nas coisas.
c)
filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas de um
gênero supremo (ser); e não se pode concluir pela presença ou não do mal nas
coisas.
d)
filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas dos
gêneros relativos às perfeições; e o mal está presente nas coisas.
13. "O
intelecto humano se põe no meio [entre os sentidos e o intelecto angélico]: não
é ato de um órgão corporal, mas é uma potência da alma, que é forma do corpo,
como ficou demonstrado. Por isso, é sua propriedade conhecer a forma que existe
individualizada em uma matéria corporal, mas não essa forma enquanto está em
tal matéria. Ora, conhecer dessa maneira, é abstrair a forma da matéria
individual, que as representações imaginárias significam." (Tomás de
Aquino. Suma teológica, I, q. 85, a. 1.)
I. O
intelecto humano conhece por abstração porque
II.
A alma, da qual esse intelecto é potência, é forma do corpo.
Considerando
o trecho acima e as duas afirmações sobre a teoria da abstração em Tomás de
Aquino:
a) I
é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I.
b) I
é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I.
c) I
é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I.
d) I
é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II.
14.
Em suas Meditações Metafísicas,
Descartes tem em vista abandonar todas as opiniões que se mostram duvidosas e
incertas que são tomadas como "princípios mal assegurados".
Com
isso, Descartes tem por objetivo:
a)
defender que são impossíveis verdades objetivas, apenas subjetivas.
b)
rejeitar ceticamente qualquer fundamento para a ciência.
c)
demonstrar que a matemática é o fundamento do conhecimento.
d)
estabelecer algo de constante e de firme nas ciências.
15. Segundo
Hobbes (Leviatã, XIV), "o direito consiste na liberdade de fazer ou de
omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas".
Além
disso, o autor afirma como regra geral da razão "que todo homem deve
esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso
não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra".
A
primeira e a segunda parte dessa regra geral da razão encerram, respectivamente:
a) a
lei de natureza, por conter uma obrigação - o direito de natureza, por ser um
preceito de liberdade.
b) a
lei de natureza, por ser preceito de liberdade - o direito de natureza, por
conter uma obrigação.
c) o
direito de natureza, por conter uma obrigação - a lei de natureza, por ser
preceito de liberdade.
d) o
direito de natureza, por ser um preceito de liberdade - a lei de natureza, por
conter uma obrigação.
16. Apenas
os princípios da não contradição e da identidade nascem conosco.
Diante
dessa tese, Locke:
a)
concorda; sem esses princípios nenhuma percepção lógica da realidade é
possível.
b)
concorda; na idade adulta todos os homens alcançam essas máximas.
c)
discorda; se assim fosse, crianças e idiotas também alcançariam esses
princípios.
d)
discorda; tais noções primitivas são recebidas na alma no momento de sua
criação.
17. Para
Rousseau, quando alguém ousou dizer "Isto é meu" e encontrou pessoas
que lhe deram crédito, foi fundada a sociedade civil, a qual significa o
afastamento da vida natural.
Sobre
tal afastamento, considere as seguintes teses:
I.
Os homens adquiriram uma ideia de propriedade distante do primeiro estado de
natureza;
II.
A bondade própria ao puro estado de natureza não convinha à sociedade civil
nascente;
III.
No estado de natureza os homens viviam livres e felizes;
IV.
A igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu e o trabalho se tornou
necessário.
De
acordo com Rousseau, estão corretas:
a)
apenas as teses I e II.
b)
apenas as teses I e III.
c)
apenas as teses I e IV.
d)
as teses I, II, III e IV.
18. Em
sua Investigação sobre o entendimento humano, Hume distingue as percepções da
mente humana em dois tipos: de um lado, o pensamento (ou as ideias); de outro,
as impressões (as sensações).
Sobre
essas percepções, pode-se afirmar que o pensamento:
a) é
menos vivaz do que a mais embotada das sensações.
b)
atinge sempre a mesma vivacidade que as sensações.
c) é
tão vivaz quanto as sensações, por ir além da experiência.
d) é
mais vivaz que as sensações, por ser mais complexo.
19.
Na "Quarta Proposição" da Ideia
de Uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita, Kant escreve:
"O
meio de que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as
suas disposições é o antagonismo delas na sociedade, na medida em que ele se
torna ao fim a causa de uma ordem regulada por leis desta sociedade. Eu entendo
aqui por antagonismo a insociável sociabilidade dos homens, ou seja, sua
tendência a entrar em sociedade que está ligada a uma oposição geral que ameaça
constantemente dissolver essa sociedade. Esta disposição é evidente na natureza
humana."
Com
base nesse texto, o antagonismo que leva ao desenvolvimento das disposições
naturais dos homens ocorre entre:
a) a
tendência individual para a socialização e a disposição para a vida natural.
b)
diferentes sociedades em estado de guerra, e não entre indivíduos isolados.
c)
diferentes classes sociais; cada época possui seu próprio conflito entre
classes.
d) a
tendência para a socialização e uma oposição geral dos indivíduos entre si.
20. Segundo
Kant, na Crítica da Razão Pura, as
formas originárias da sensibilidade, espaço e tempo, são:
a)
conceitos a priori, mas não puros, pois pertencem à sensibilidade.
b)
condições necessárias de todas as relações em que objetos são intuídos.
c)
intuições a priori, mas não puras, pois constituem o objeto empírico.
d)
conceitos puros a priori, que organizam os objetos empíricos.
21. Kant,
na "Analítica do belo", na Crítica da faculdade de julgar, compreende
o juízo de gosto como faculdade do julgamento do belo.
Sobre
os conceitos "juízo de gosto" e "belo", pode-se afirmar,
respectivamente, que:
a) é
determinado independentemente de todo interesse - apraz universalmente sem
conceito.
b) é
determinado independentemente de todo interesse - apraz particularmente através
de conceitos.
c) é
constituído pelo interesse no que é agradável - apraz particularmente sem
conceito.
d) é
constituído pelo interesse no que é bom - apraz universalmente através de
conceitos.
22. "O
saber que é o nosso objeto em primeiro lugar e imediatamente, não pode ser
senão aquele que é, ele próprio, saber imediato, saber do imediato ou do
existente. Igualmente devemos nos comportar de modo imediato e receptivo e,
portanto, não mudando nele coisa alguma com relação ao modo como se oferece e
mantendo afastada da nossa apreensão a atividade de conceber." (Hegel.
Fenomenologia do espírito.)
A
passagem citada acima refere-se à:
a)
pré-consciência, quando a consciência não iniciou sua formação.
b)
certeza sensível, que desconsidera qualquer mediação.
c)
percepção, pois ser receptivo e ser perceptivo são o mesmo.
d)
consciência de si, pois o modo como ela se oferece não muda.
Questão
23
23. A
alternativa que corresponde mais adequadamente ao materialismo de Marx é:
a) O
ser não determina a consciência, isto é, a subjetividade humana determina a
vida material.
b) A
sensibilidade e o objeto devem ser apreendidos como atividade prática, humana e
sensível.
c) O
idealismo concebe a atividade de modo concreto, ao reconhecê-la como real e
sensível.
d)
As forças produtivas sociais equivalem ao sujeito, e as relações de produção
equivalem ao objeto.
24. São
constitutivos da fenomenologia de Husserl:
a)
método da crítica do conhecimento, doutrina universal das essências, círculo
hermenêutico.
b)
pressuposição da realidade dada, suspensão do juízo da atitude natural, método
indutivo.
c)
doutrina particular das essências, suspensão do juízo da atitude natural,
método experimental.
d)
suspensão do juízo da atitude natural, intencionalidade, doutrina universal das
essências.
25. Em
"Que é metafísica?", Heidegger afirma que são características de toda
questão metafísica e de sua formulação, respectivamente:
a)
abarcar a totalidade da metafísica - quem interroga é, enquanto tal,
problematizado na questão.
b)
abarcar a totalidade da metafísica - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada
em questão.
c)
basear-se em pesquisas históricas - quem interroga é, enquanto tal,
problematizado na questão.
d)
basear-se em pesquisas históricas - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada
em questão.
Questão
26
26. "Toda
interpretação que se coloca no movimento de compreender já deve ter
compreendido o que se quer interpretar" (Ser e tempo, § 32).
Nesse
trecho, Heidegger caracteriza o conceito de:
a)
disposição afetiva.
b)
círculo hermenêutico.
c)
circularidade lógica.
d)
primado ontológico.
27. Em
O existencialismo é um humanismo, Sartre cita Dostoievski: "Se Deus não
existe, tudo é permitido".
A
interpretação de Sartre sobre essa sentença está indicada de modo mais adequado
em:
a)
Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; o homem,
condenado à liberdade e lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
b)
Ou a moral não tem um fundamento absoluto (Deus), ou não há moral possível;
como essa fundamentação moral é necessária, Deus tem de, necessariamente,
existir.
c)
Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; é
necessário então afirmar o relativismo moral para toda e qualquer ação humana.
d)
Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; no entanto,
é necessário considerar certos valores como existindo a priori.
28. "Muito
embora o planejamento do mecanismo pelos organizadores dos dados, isto é, pela
indústria cultural, seja imposto a esta pelo peso da sociedade que permanece
irracional apesar de toda racionalização, essa tendência fatal é transformada
em sua passagem pelas agências do capital de modo a aparecer como o sábio
desígnio dessas agências. Para o consumidor, não há nada mais a classificar que
não tenha sido antecipado no esquematismo da produção. A arte sem sonho
destinada ao povo realiza aquele idealismo sonhador que ia longe demais para o
idealismo crítico." (Dialética do esclarecimento, "A indústria
cultural: o esclarecimento como mistificação das massas")
A
partir do trecho acima e de acordo com a concepção de Adorno e Horkheimer sobre
a indústria cultural, pode-se afirmar que:
a) a
"arte sem sonho" destinada às grandes massas é mais realista, e por
isso capaz de superar o idealismo crítico.
b)
os artistas, individual e coletivamente, são capazes de estabelecer os fins da
produção cultural de forma autônoma.
c) a
indústria, ao realizar o esquematismo para os sujeitos-clientes, realiza a
formação dos sujeitos autônomos.
d) a
racionalidade técnica dominante na indústria não é suficiente para a criação de
uma sociedade racional.
29.
Em A Lógica da pesquisa Científica,
Popper defende que as teorias científicas devem:
a)
ser constituídas por enunciados universais passíveis de falseamento.
b)
ser constituídas por inferência de enunciados universais a partir de
singulares.
c)
fundamentar os enunciados científicos pela verificação dos fatos.
d)
fundamentar a explicação dos fatos pelo método indutivo.
30. Em
A estrutura das revoluções científicas, Kuhn tem por objetivo:
a)
estabelecer uma separação nítida entre ciência, religião e metafísica.
b)
apresentar um modelo que justifique a ciência como concepção de mundo
atemporal.
c)
mostrar que a ciência se desenvolve apenas pela acumulação de descobertas.
d)
esboçar um conceito de ciência diverso do estereótipo a-histórico que se
atribui a ela.
31. Acerca
da investigação sobre o poder realizada por Foucault em Vigiar e punir, é mais
adequado afirmar que:
a)
não se encontra ainda a elaboração de uma microfísica do poder, pois se trata
de realizar a genealogia das grandes instituições penitenciárias.
b)
poder e saber estão diretamente implicados: as relações de poder constituem
sempre campos de saber; e saber sempre supõe e constitui relações de poder.
c) a
constituição do sujeito livre e capaz de conhecimento é o requisito fundamental
para a análise e compreensão dos mecanismos do poder.
d) a
descoberta do poder disciplinar como inspirador do Panopticon é a realização
que permite compreender o poder como apropriação.
32. "A
única versão defensável da doutrina do caráter sagrado da vida humana era o que
poderíamos chamar de "doutrina do caráter sagrado da vida pessoal".
Sugeri que, se a vida humana tem mesmo um valor especial ou um direito especial
a ser protegida, ela os tem na medida em que a maior parte dos seres humanos
são pessoas." (Singer, Peter. Ética prática, capítulo 5).
Baseado
nessa versão da "doutrina do caráter sagrado da vida humana", Peter
Singer afirma que, se alguns animais são pessoas, então a vida desses animais:
a)
deve ter o mesmo valor especial, ou o mesmo direito à proteção que a dos seres
humanos que são pessoas.
b)
deve ter o mesmo valor especial, mas não o mesmo direito à proteção que a dos
seres humanos que são pessoas.
c)
não tem nenhum valor especial, mas tem o mesmo direito à proteção que a dos
seres humanos que são pessoas.
d)
não tem nenhum valor especial, nem o mesmo direito à proteção que a dos seres
humanos que são pessoas.
33. Alguns
filósofos criticaram a metafísica e o pensamento filosófico tradicional.
Sobre
essas críticas, pode-se afirmar que:
a) Segundo
Kant, a metafísica não é possível como ciência porque o fenômeno só pode ser
apreendido por uma intuição intelectual.
b) Segundo
Nietzsche, as teorias metafísicas realizam uma integração completa entre
valores absolutos que devem, ao contrário, ser opostos.
c) Segundo
Heidegger, são dois os preconceitos que perpassam a pergunta pelo ser: o ser é
o conceito mais universal e o ser é o imediato indeterminado.
d) Segundo
Wittgenstein, nas Investigações filosóficas, a filosofia não pode fundamentar
nem deduzir, mas apenas descrever o uso da linguagem.
34. Inteligência,
entendimento, fé e suposição. Essa ordem indica, decrescentemente, "graus
de clareza" quanto aos objetos de conhecimento para:
a)
Platão, que relaciona tais graus de clareza ao que seus respectivos objetos têm
de verdade.
b)
Tomás de Aquino, pois sem inteligência e entendimento, fé é mera adesão ao
testemunho de outro.
c)
Descartes, que considera a clareza e a distinção como critérios para separar
verdade e falsidade.
d)
Kant, pois associa fé à opinião, e os objetos da inteligência e do entendimento
à razão pura.
35. Na
filosofia contemporânea, pode-se afirmar que a verdade, de acordo com:
a)
Marx é realizada na práxis, isto é, a teoria deve ser completamente abandonada
em favor da prática.
b)
Nietzsche é um conjunto de ilusões que parece canônico após longo uso, por se
ter esquecido seu caráter metafórico.
c) Heidegger
é em sentido originário (alétheia), uma propriedade primordialmente atribuída
às proposições.
d)
Wittgenstein é a correspondência específica com os fatos realizada na figuração
dos jogos de linguagem.
36. A
respeito da reflexão filosófica sobre a moral, pode-se afirmar que, segundo:
a)
Hume, de fatos podem se deduzir normas, por isso a ética deve ser derivada da
ciência.
b)
Kant, o dever é a imposição da lei moral dada pelas inclinações e necessidades
humanas.
c)
Nietzsche, todos os valores absolutos devem ser acolhidos a partir da
perspectiva da vida.
d)
Mill, a utilidade é a capacidade de promover a maior felicidade para o maior
número.
37. O
desejo é uma noção próxima de outras, como apetite, paixões, inclinações e
refere-se, de modo geral, a impulsos ou tendências que não são guiados pela
razão.
Sobre
algumas formas mais clássicas de se conceber o desejo, pode-se afirmar que, de
acordo com:
a)
Aristóteles, as paixões humanas estão relacionadas ao saber prático, e excluem
quaisquer relações com o saber teorético.
b)
Maquiavel, o príncipe, para conservar seu poder e sua respeitabilidade, sempre
deve satisfazer os desejos dos súditos.
c)
Nietzsche, grande parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente
guiado por seus instintos.
d)
Freud, a consciência moral é senhora dos desejos inconscientes, causadores da
neurose em indivíduos imorais.
38. Ao
longo da história, algumas das teses políticas de Aristóteles mereceram
críticas de outros autores. Entre essas teses, pode-se citar a concepção do
Estado justo como uma comunidade una e indivisa; a finalidade do Estado como
sendo o bem comum; e a necessidade de os governantes serem virtuosos por serem
exemplo para os governados, que os imitam.
Sobre
os autores que criticaram Aristóteles, pode-se afirmar que, de acordo com:
a)
Maquiavel, o príncipe deve parecer ter as virtudes éticas, sendo necessário em
algumas circunstâncias agir contrariamente a elas.
b)
Hobbes, o Estado faz o contrato social surgir naturalmente da convergência dos
cidadãos em torno de seu próprio desenvolvimento.
c)
Marx, a economia política é o que torna uma comunidade una e indivisa e realiza
o bem comum que é o objetivo do Estado.
d)
Foucault, a sociedade disciplinar se constitui pelo estabelecimento da
soberania, através da delegação de poder pelos indivíduos nas instituições.
39. A
tragédia é uma forma de arte abordada por diferentes pensadores, que a
consideraram um dos grandes gêneros artísticos.
De
acordo com Aristóteles e Nietzsche, respectivamente, a tragédia envolve:
a) a
imitação de ações de caráter elevado através das quais o herói é levado a um
destino de infortúnio - a articulação entre os impulsos artísticos da figuração
plástica e da música.
b) a
imitação de ações de caráter elevado que provocam o êxito do herói - a
predominância do impulso dionisíaco sobre o apolíneo a ponto de excluí-lo
totalmente.
c) a
imitação de ações de caráter baixo que provocam o êxito do herói - a
predominância do impulso apolíneo sobre as manifestações dionisíacas a ponto de
excluí-las totalmente.
d) a
imitação de ações de caráter baixo que provocam a decadência do herói - a
destruição mútua dos impulsos artísticos da figuração plástica e da música.
40. No
"método de analogia lógica", utilizado para determinar e um argumento
silogístico é válido ou não, substituem-se algumas palavras por outras, cujo
sentido conhecemos, mantendo a forma do argumento. Se, então, depara-se com
premissas verdadeiras e conclusão falsa, sabe-se que o argumento é inválido.
A
característica do silogismo que torna possível esse método está expressa em:
a) A
premissa maior tem extensão lógica maior do que a premissa menor.
b) A
validade ou a invalidade de um silogismo é uma questão puramente formal.
c) A
validade ou a invalidade de um silogismo depende de seu conteúdo específico.
d) A conclusão tem extensão lógica menor do que as premissas(Depois de tentar resolver as questões, clique em gabaritos.
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