sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Aprendendo a fazer um seminário



 
Cada vez que um professor pede a seus alunos que façam um seminário, a reação é sempre a mesma. Os alunos aceitam, escolhem o tema e, quando começam a pensar no trabalho, descobrem que não têm nenhuma idéia de co­mo fazê-lo. Em geral, o resultado é mais ou menos catastrófico, e tanto o aluno quanto o professor se sentem frustrados. Vejamos, então, o que pode ser um seminário e como fazê-lo.
O seminário, como nós o conhecemos nas escolas brasileiras, abrange dois tipos diferentes de trabalho.
O tipo mais simples de seminário é o que se limita à apresentação oral das idéias principais de um texto. O professor, na impossibilidade de pedir que todos os alunos leiam um certo número de textos para o seu curso, divide esses textos entre vários grupos de alunos ou vários alunos, cada um se responsabilizando pela apresentação para a classe do texto que lhe coube. O objetivo desse tipo de seminário é que todos os alunos tenham contato com as idéias apresenta­das em textos diferentes ou em vários capítulos de um mesmo livro.
Para fazer essa atividade, basta seguir as indicações dadas anteriormente sobre leitura, análise de textos e fichamento. Conhecida a estrutura lógica do texto, será fácil para o aluno apresentar, com suas próprias palavras, o encadeamento do pensamento do autor.
O segundo tipo de seminário consiste no aprofundamento de um assunto atra­vés da síntese pessoal de uma bibliografia variada. Nesse caso, dado um tema, o aluno precisará ler o que diferentes autores escreveram a respeito do assunto em questão para chegar a uma opinião pessoal. Esse tipo de seminário, mais complicado que o primeiro, envolve várias etapas.
Como primeiro passo, precisamos fazer um levantamento bibliográfico so­bre o assunto, isto é, saber quais os artigos e livros que tratam desse assunto. Para isso, devemos procurar uma boa biblioteca e consultar o seu fichário, no qual as obras se encontram catalogadas por autor e por assunto. Se não tiver­mos conhecimento de nenhum autor que tenha escrito sobre o assunto que nos interessa no momento, devemos consultar, antes, o catálogo de assuntos.
Levantados os primeiros textos, consultamos a bibliografia específica usada por seus autores, que, certamente, nos fará encontrar muitos outros textos importantes.
Depois de levantada a bibliografia, devemos procurar esses textos nas es­tantes e examiná-los para saber quais os que realmente interessam ao nosso trabalho. Podemos descobrir isso lendo o índice, o prefácio, as orelhas ou o resumo que aparece no final ou no início da obra. Nessa etapa do trabalho, é também de grande ajuda a leitura diagonal, ou seja, a leitura rápida e super­ficial em que se deixa os olhos correrem pelo texto. Essa leitura diagonal re­quer um certo treino e só serve como primeira aproximação, que nos permite saber em linhas gerais do que o texto trata e se o ponto de vista utilizado inte­ressa para o trabalho a ser feito.
Selecionados os textos que iremos usar, devemos elaborar um plano provisó­rio que abranja os vários aspectos do assunto e que irá nortear o trabalho que se seguirá: a leitura e o fichamento de tópicos.
Uma vez feita a leitura e o fichamento, teremos o material necessário para fazer o plano definitivo do trabalho, organizando as idéias de modo a desenvol­ver a argumentação de forma lógica e coerente.
Finalmente, apresentamos oralmente as conclusões a que chegamos a partir dessa pesquisa. Essas conclusões podem ser um balanço dos resultados obti­dos ou o ponto de vista pessoal, enquanto autores, sobre esses resultados, ou seja, sobre sua validade, alcance e importância.
Sintetizando, apresentamos, como exemplo, o plano que orientou a escrita deste item:
1. Há dificuldades para se saber o que fazer em um seminário
2. Diferentes tipos de seminário exigem procedimentos diferentes
2.1 Simples apresentação das idéias principais de um texto (procedimen­to de leitura e fichamento)
2.2 Aprofundamento de um assunto através da síntese pessoal de uma bibliografia variada:
2.2.1 Levantamento bibliográfico
2.2.2 Plano provisório
2.2.3 Leitura e fichamento de tópicos
2.2.4 Organização do plano lógico definitivo
2.2.5 Conclusões
Há, portanto, um grau de complexidade crescente nos diversos tipos de se­minário, que correspondem a objetivos diversos a serem alcançados.

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