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O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o
mundo não quer. A filosofia é, portanto, perturbadora da paz.
E a
verdade o que será? A filosofia busca a verdade nas múltiplas significações do
ser-verdadeiro segundo os modos do abrangente. Busca, mas não possui o
significado e substância da verdade única. Para nós. a verdade não é estática e
definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito.
No
mundo, a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva esse conflito ao
extremo, porém o despe de violência. Em suas relações com tudo quanto existe, o
filósofo vê a verdade revelar-se a seus olhos, graças ao intercâmbio com outros
pensadores e ao processo que o torna transparente a si mesmo.
Quem
se dedica à filosofia põe-se à procura do homem, escuta o que ele diz, observa
o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com
seus concidadãos, do destino comum da humanidade.
Eis
por que a filosofia não se transforma em credo. Está em contínua pugna consigo
mesma”.
(JASPERS,
Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo, Cultrix, 1971. p. 138.).
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